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Setor bate recorde para o período, impulsionado por alojamento e transporte aéreo

O Turismo brasileiro bateu recorde e faturou R$ 108 bilhões no primeiro semestre, registrando crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço representa um incremento de R$ 7 bilhões no setor [gráfico 1].

[GRÁFICO 1]
Faturamento do Turismo 2025 – acumulado no ano (jan-jun)
(Em R$ bilhões)
Fonte: FecomercioSP

Segundo a FecomercioSP, o mercado de trabalho aquecido, a inflação em patamares mais baixos e a queda no preço médio das passagens aéreas devem sustentar o bom desempenho das atividades turísticas no segundo semestre — especialmente no segmento de lazer.

“Mesmo que algum item específico pese mais no bolso do consumidor, o Turismo oferece diversas alternativas. Se a viagem de avião fica cara, opta-se pelo ônibus; se o hotel está caro, escolhe-se uma pousada ou reduz-se o tempo de estadia, mas, normalmente, não se deixa de viajar”, afirma o presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, Guilherme Dietze.

No Turismo corporativo, o cenário também tende a permanecer positivo, impulsionado por eventos e compromissos já programados. No entanto, a Entidade ressalta que fatores como uma possível desaceleração econômica e os efeitos do tarifaço podem afetar negativamente o setor, levando ao cancelamento ou adiamento de viagens de negócios. Ainda assim, a expectativa é de continuidade no crescimento do Turismo nacional.

Alojamento puxa crescimento semestral

Todos os segmentos analisados pelo levantamento apresentaram aumento no faturamento. A atividade de alojamento, por exemplo, registrou alta de 12,7% e movimentou R$ 13,6 bilhões [tabela 1]. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a tarifa média subiu quase 10% no país, o que contribuiu para o resultado, mesmo com a taxa de ocupação apontada pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB) sendo inferior à de 2024: 53,5% contra 57,6%.

Outra variação relevante foi observada no transporte aéreo, que faturou R$ 27,3 bilhões — um crescimento de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento no fluxo de passageiros, impulsionado pela combinação entre maior oferta e queda média nos preços, foi o principal fator para esse desempenho.

Também registraram variações positivas no semestre os seguintes segmentos: alimentação (6,9%), outros tipos de transporte aquaviário (6,5%), agências e operadoras de viagens (6,3%), transporte rodoviário de passageiros (2,4%) e atividades culturais, recreativas e esportivas (0,5%).

[TABELA 1]
Faturamento do Turismo 2025 — junho
Fonte: IBGE — Elaboração: FecomercioSP
(*) a preços de jun/25

No mês de junho, especificamente, o faturamento do Turismo nacional alcançou R$ 17 bilhões — um aumento de 5,6% em relação ao mesmo mês de 2024, configurando um recorde histórico para o período [gráfico 2]. O transporte aéreo registrou a alta mais expressiva, com variação de 12% e faturamento de R$ 4,45 bilhões, seguido pelo setor de alojamento, que cresceu 8,5% na comparação anual, movimentando R$ 1,7 bilhão [tabela 1]. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foram transportados 8,2 milhões de passageiros no mês — o maior volume já registrado em um mês de junho.

Na hotelaria, o desempenho foi impulsionado mais pelos preços do que pela demanda. De acordo com o FOHB, a taxa média de ocupação manteve-se praticamente estável em relação a junho do ano passado, enquanto a diária média subiu 8,4%. Em algumas regiões, como Centro-Oeste, Norte e Sudeste, houve recuo na ocupação.

Outros destaques do mês foram o transporte rodoviário de passageiros, com crescimento de 6,1% e faturamento próximo de R$ 3 bilhões, além de agências e operadoras de viagens (2,9%), transporte aquaviário (2,4%), locação de meios de transporte (1,6%) e alimentação (1,5%). Apenas o grupo de atividades culturais, recreativas e esportivas registrou recuo, com variação negativa de 0,2% [tabela 1].

[GRÁFICO 2]
Faturamento do Turismo 2025 — meses de junho
Fonte: IBGE — Elaboração: FecomercioSP

Resultados regionais

Dentre os Estados, o Rio Grande do Sul foi o que apresentou a maior alta em junho — quase 40%. O resultado foi influenciado pela base de comparação, devido às enchentes ocorridas em maio de 2024. Na sequência, o Amazonas cresceu 13,5% e o Pará avançou 6%, possivelmente por causa dos investimentos e pela preparação para a 30ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP30) da Organização das Nações Unidas (ONU), em novembro.

O Estado de São Paulo registrou faturamento de R$ 4,3 bilhões, alta de 2,9%. Nove Estados tiveram queda no faturamento em junho, com destaque para Rondônia (-11,3%), Minas Gerais (-7,2%) e Alagoas (-6,2%) .

Os dados são elaborados pela FecomercioSP com base em informações do IBGE. Embora as magnitudes das variações possam divergir entre as duas fontes, as tendências observadas são semelhantes.

Nota metodológica

O estudo baseia-se nas informações da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), mediante dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), ambas do IBGE. Os valores são corrigidos mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o Turismo. Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do setor no total. Em relação aos dados regionais, a base continua sendo a PAS, mas foi adotado um procedimento estatístico distinto, de uso da proporcionalidade nacional, para encontrar a receita das atividades nos Estados e, na sequência, uma estimativa setorial para chegar na receita operacional líquida. Embora tenham sido feitas estimativas segmentadas, a divulgação ficará restrita ao total, pois o objetivo é obter uma dimensão geral do setor e acompanhar o desempenho mensal. A correção monetária é realizada pelo IPCA, e não pelo índice específico, tal como ocorre no volume de serviços, pelo IBGE. O total do faturamento dos Estados não coincide com o total nacional do levantamento da FecomercioSP, por não contabilizar o setor aéreo. Pelo fato de não haver clareza sobre como o IBGE trabalha o dado de transporte aéreo de passageiro, optou-se por não usá-lo neste momento. Quando houver uma indicação mais clara, haverá, certamente, uma atualização.

Sobre a FecomercioSP

Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que afetam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

 

By FecomercioSP
Foto: Freepik

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