Hotex – Feira Brasileira da Hotelaria | Gastronomia | Turismo

*Por Guilherme Mendes

Por muito tempo, o turismo foi tratado no Brasil como uma indústria baseada em intuição e improviso. Com a digitalização acelerada do setor e o avanço de tecnologias acessíveis, essa lógica está, felizmente, ficando para trás. Hoje, destinos turísticos, redes hoteleiras e operadores têm à disposição uma vasta quantidade de dados que, se bem tratados, transformam o planejamento e a experiência turística. O desafio é simples: não falta informação — falta inteligência estratégica para usá-la.

Temos acompanhado o impacto que a integração de dados pode gerar, especialmente em regiões fora dos grandes centros. Plataformas de BI (Business Intelligence), cruzamento de comportamento de viajantes com tendências de consumo e o uso de dados em tempo real permitem prever picos de demanda, ajustar preços dinamicamente, otimizar operações e criar experiências personalizadas. Tudo isso reduz desperdícios, melhora margens e amplia a satisfação do turista.

Mas a inteligência não está apenas nos números. Ela está na capacidade de transformar esses números em ações concretas, alinhadas com a realidade local. Um destino de ecoturismo não pode usar a mesma régua de análise que um polo de eventos. Um hotel de charme não pode competir pelos mesmos critérios que uma rede econômica. É nesse ponto que entra a sofisticação dos dados: não se trata de volume, mas de relevância e contexto.

Outro ponto essencial é a integração entre setor público e privado. Quando gestores municipais compartilham informações com empreendedores e investidores locais, cria-se uma base mais sólida para decisões coletivas. Isso favorece o desenvolvimento ordenado dos territórios turísticos e permite identificar gargalos antes que se tornem prejuízos.

É hora de repensar o turismo como uma cadeia orientada por inteligência. O uso de dashboards, algoritmos de previsão de demanda, análise de comportamento de viajantes e plataformas de CRM aplicadas ao turismo já não são uma aposta futurista — são uma necessidade atual. A inovação no turismo não está só no aplicativo ou no chatbot; ela começa no entendimento profundo de quem é o viajante, o que ele busca e como podemos entregar isso com excelência.

Com dados bem trabalhados e decisões orientadas por evidências, o turismo no Brasil pode finalmente deixar de ser uma promessa e se consolidar como uma potência econômica baseada em estratégia, inovação e sustentabilidade.

Sobre Guilherme Mendes: sócio da Coevo, plataforma de marketing especializada nos segmentos de hotelaria, destinos e turismo, Guilherme lidera as áreas de Dados, Integração e BI, com foco em inovação e precisão estratégica.

 

By Agência 2205wv
Foto: Divulgação

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