Hotex – Feira Brasileira da Hotelaria | Gastronomia | Turismo

Painel abordou futuro do setor, com foco na experiência do viajante, sustentabilidade e uso da tecnologia para personalização do atendimento

O primeiro painel da Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (ALAGEV) no BTM – Brazil Travel Market 2025, que acontece nesta quinta-feira, 23, em Fortaleza, apresentou um panorama de crescimento e transformação do setor de viagens corporativas no Brasil. De acordo com dados da entidade, o segmento cresceu 40% em 2024 em comparação a 2019, superando o desempenho do período pré-pandemia.

Durante o encontro, foram debatidas seis principais tendências que estão moldando o futuro das viagens corporativas, com foco em estratégia, sustentabilidade, tecnologia, experiência, novos formatos de eventos e destinos inteligentes.

A diretora-executiva da ALAGEV, Luana Nogueira, comandou o encontro e destacou que a viagem deixou de ser vista apenas como custo e passou a ser considerada um investimento estratégico. “Os gestores e CFOs estão percebendo que as viagens contribuem diretamente para o crescimento, a inovação e a cultura das empresas”, afirmou. Entre os indicadores mais relevantes estão o ROI (Retorno sobre Investimento) e o ROE (Retorno sobre Experiência), que ajudam a medir o impacto das viagens na performance comercial e na retenção de talentos.

ESG

Outro ponto central do debate foi a sustentabilidade. A pauta ESG avança para um estágio em que práticas sustentáveis e inclusivas se tornam obrigatórias e não apenas um diferencial. Foram citadas iniciativas como compensação de carbono, políticas corporativas de inclusão e ações que considerem a diversidade de perfis de viajantes. “Não é mais desejável ter ou ser, é obrigatório ter e ser”, ressaltou Luana.

Inteligência artificial

A tecnologia e o uso inteligente de dados também foram apontados como pilares estratégicos para o futuro das viagens. O setor vem adotando plataformas integradas de gestão e ferramentas de inteligência de dados capazes de prever custos, comportamentos e riscos. A expectativa é de que a inteligência artificial seja usada para personalizar a jornada do viajante e para antecipar soluções para imprevistos, como situações climáticas adversas. “Com o uso da inteligência artificial, também será possível reduzir imprevistos e oferecer soluções personalizadas, desde o tipo de hospedagem até os horários ideais de deslocamento”, destacou Luana.

Negócios e lazer

O painel abordou ainda o bem-estar como elemento central da experiência do viajante corporativo. Políticas mais flexíveis e humanizadas, o incentivo ao bleisure (união entre negócios e lazer) e a preocupação com a qualidade de vida foram apresentados como fatores que influenciam a produtividade e a retenção de talentos e fortalecem os destinos.Luana destacou que “o bleisure conecta negócios e lazer, permitindo que o viajante explore o destino além do compromisso corporativo, o que gera impacto direto na economia local, com mais consumo em hospedagem, restaurantes e atrações”.

Novo formato de eventos

Os eventos corporativos estão migrando para formatos integrados, que combinam viagens de negócios com experiências de relacionamento e conteúdo relevante. “A fusão entre encontros presenciais, networking e atividades imersivas permite que profissionais construam conexões mais profundas e absorvam conhecimento de forma prática. Um exemplo disso é o LACTE, que usa a imersão e a criação de oportunidades de negócios para desenvolver e valorizar parcerias estratégicas”, disse a diretora da ALAGEV.

Destinos inteligentes

Destinos turísticos voltados para o segmento corporativo precisam oferecer infraestrutura adequada, segurança, conectividade e práticas sustentáveis. Equipamentos turísticos adaptados garantem experiências diferenciadas e acessíveis para todos os perfis de viajantes.

Luana referiu-se ainda à atuação de órgãos como Embratur e Unedestinos, que contribuem para fortalecer os destinos.  “É importante trabalhar a regionalização e a descentralização de polos de eventos, tornando-os mais competitivos e preparados para receber viagens corporativas e proporcionar boas experiências”, concluiu.

A associação retorna à arena SENAC nesta sexta-feira, 24, às 14h, com o painel “O que leva um gestor ou comprador de serviços MICE a escolher seus fornecedores homologados?”, para abordar critérios de seleção e diferenciais competitivos, também com mediação de Luana Nogueira.

 

By Business Factory
Foto: Divulgação

Compartilhe