Mesmo com a recuperação do setor e a alta do turismo em determinadas faixas de renda, o brasileiro médio continua viajando menos do que antes – e isso tem a ver com bolso. Um desafio social que impacta a mobilidade no país.
A principal explicação não está mais na pandemia, mas sim na realidade econômica do país: com o orçamento doméstico cada vez mais apertado e pressionado, milhões de pessoas têm sido excluídas do direito à mobilidade. Em muitas regiões, a situação é agravada pela ausência de opções acessíveis, sem operação regular de ônibus ou distantes de aeroportos, que acabam impondo custos adicionais a quem precisa se deslocar, tornando a viagem ainda mais inviável para boa parte da população.
Dados do Brand Tracking da FlixBus 2025:
- Comparando com o período pré-pandemia (até 2019): 23% dos brasileiros viajam muito menos e 22% viajam menos do que antes
- 52% viajam menos por causa da disponibilidade financeira – aumento de 1% comparado ao Brand Tracking 2024
Além da questão financeira, os brasileiros também citam outros fatores para a redução de viagens:
- 32% dos brasileiros dizem ter mudado seus hábitos de viagem (por exemplo, passaram a fazer viagens diferentes, para destinos mais próximos ou menos frequentes).
- 12% tiveram mudanças nas exigências de trabalho ou estudo que afetaram a frequência das viagens.
- 20% apontam questões de saúde pessoal, como menor disposição física ou problemas de saúde que dificultam viajar.
A pesquisa também apontou que:
- Visitar amigos e familiares é o principal motivo das viagens no Brasil, com 60% das intenções de deslocamento. Um aumento de 8% em relação à pesquisa de 2024;
- Outros motivos para viajar incluem: férias (58%), viagens curtas de fim de semana como “short trips” (40%) e a viagens a negócios (29%)
Dado complementar:
- Anuário ANTT: Houve uma queda de quase 6% na demanda de passageiros no transporte regular em 2024 (40,7 milhões), comparado a 2023 (43,2 milhões).
By Agência Pub
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